





Durante anos nos entregamos ao amor pelo samba , geralmente somos oriundos de uma escola de samba da qual amamos e doamos nosso sangue .As vezes, nos decepcionamos com um amigo , um dirigente , um presidente , até mesmo conosco, mas a paixão pela escola e o respeito maior pelo pavilhão, esse nunca deixamos . Lá está a história, a vida, a vitória, o suor, o amor .
Samba. Na realidade acredito que ninguém sabe onde o Samba nasceu. Muitos dizem que nasceu na África, outros dizem que nas senzalas, há até quem diga que foi na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo enfim muita gente com suas idéias. Naturalmente, devem ser respeitadas, mas o Samba transcende a tudo isso.
Durante muitos anos, sempre dedicados ao samba, encontramos e deparamos com felicidades, tristezas, dor, alento. A magia da beira do campo, onde nada tem ambição, se não, cantar, sorrir, gritar, f oi se perdendo. Dai a pouco estamos tocando nos palcos dos botequins, nos bares mais sofisticados, cantamos para poucas pessoas, muitas pessoas e até milhares de pessoas. Assim é a profissionalização. Por um momento nos deixamos levar pelo falso prazer de que somos artistas e temos o valor reconhecido. Claro que temos o prazer interior de transmitir em forma de samba, sentimentos guardados no peito e passar para as pessoas que nos curtem, nos ouvem. Poxa, quem dera os donos de casa tivessem o dom que o sambista tem, de fazer tudo pela arte, por amor, por dedicação sincera, quem dera!!!!
Por um momento cometemos o erro ao dizer que o samba não é mais como antes, errado, o samba não tem nada a ver com isso, o samba é o que menos contribui para existência da desigualdade, o samba é puro, é forte, ama, reconstrói, renasce. O grande problema está no ser humano, cada vez mais obcecado pelo vil metal, ambicioso, ganancioso, falso, individualista. A amizade, respeito, parceria, lição, e conduta, vão perdendo espaço. Cada um puxa pra si o que lhe convém e assim, o mundo do samba fica para trás, sem organização, sem caráter, sem moral, sem respeito. Pensam que estão se profissionalizando, modernizando, conseguindo espaço, monopolizando, mas na verdade estão regredindo, e o pior estão voltando sem aquilo que saíram quando ainda sambistas, a beira do campo, o prazer de fazer pela arte, por amor, por ser simplesmente um sambista.